Na prova de 2011, 37,4% dos estudantes conseguiram elaborar de forma precária uma proposta de intervenção ao tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), uma das competências avaliadas.

Segundo dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2011, 37,4% dos candidatos conseguiram elaborar “apenas de forma precária” uma proposta de intervenção ao tema proposto na prova de redação. Além de demonstrar domínio da norma padrão da língua, entender a proposta e argumentar, o candidato também precisa apresentar uma proposta de solução ou conscientização sobre o problema.

De acordo com as informações do jornal O Estado de S.Paulo, essa competência, que vale um quinto da nota da redação, tem jogado abaixado a média geral dos alunos. “É possível ver que as notas baixas nessa competência correspondem a redações nas quais os alunos elaboram respostas com intervenções precárias ou tangenciais ao tema, ou até redações nas quais os alunos não elaboram intervenção alguma”, explica o economista Felipe Cocco, do portal dadosdoenem.org, responsável pelo levantamento.

As redações do Enem têm cinco competências avaliadas. Cada uma delas vale 200 pontos e a nota final vem da soma dessas cinco notas. Na média do País, a competência que avalia a proposta de intervenção é de 82,30 pontos. O número é no mínimo 25% mais baixo do que a média de qualquer competência. A diferença pode chegar a 35%. 

A pontuação que o candidato consegue em cada competência avaliada representa sua capacidade em atender aos critérios que o exercício pede. Dessa forma, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) estipula uma escala de faixas de pontuação para cada quesito.

Nessa divisão, é possível perceber que 35% dos participantes até conseguem elaborar a proposta, "mas pouco articulada à discussão desenvolvida no texto". Apenas 5,5% conseguiram elaborar uma ideia "clara e inovadora", tirando nota máxima nessa parte. Como comparação, na competência 3, que tem a segunda menor média, mais de 11% conseguiram nota máxima. 

O Enem é o único vestibular do País a exigir que o candidato faça uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. O levantamento avaliou que nas últimas edições do exame, a redação centralizou as reclamações de alunos, que se queixavam das correções. Isso justifica o número de recursos que foram realizados para que a prova recebesse outra correção.

Fonte: Universia Brasil